segunda-feira, 13 de junho de 2011

Gripe H1N1 em crianças

Qual a diferença entre a gripe H1N1 e a gripe comum?

Tanto a gripe comum como a gripe H1N1, conhecida como gripe suína, são transmitidas pelo vírus influenza. Existem vários subtipos desse vírus, que podem afetar tanto os seres humanos como os animais.

Em princípio, a gripe H1N1 não é muito mais grave do que a gripe comum. O receio dos infectologistas são as complicações que o vírus causou em pessoas jovens e em grávidas.

Tem algum jeito de evitar a gripe suína?

Sim, existe vacina contra a gripe H1N1. Em 2011, por exemplo, o Ministério da Saúde disponibilizou a vacina gratuitamente, junto com a vacina da gripe comum, para crianças entre 6 meses e 2 anos, além de grávidas, idosos e profissionais de saúde.

Para outras idades, a vacina está disponível em clínicas particulares.

Mas lembre-se também que medidas simples de higiene podem ajudar a evitar a gripe H1N1, ou pelo menos sua disseminação. São elas:

• Vírus e bactérias podem sobreviver por duas horas ou mais em superfícies como torneiras ou telefones. Por isso, lavar as mãos com frequência é uma medida que ajuda a evitar infecções de um modo geral. Lave as mãos do seu filho sempre que puder, e especialmente antes das refeições.

• Mantenha também as suas mãos bem limpas antes de lidar com o bebê. Sempre que você tossir ou espirrar, lave bem as mãos com sabonete e de preferência água morna. Esfregue os dois lados das mãos por ao menos 15 segundos e enxágue com bastante água. Caso você não tenha acesso a água e sabão na hora, carregue com você um gel anti-séptico à base de álcool para suas mãos, ou use lenços umedecidos. A princípio, não é aconselhável usar gel à base de álcool em crianças pequenas, mas converse com o pediatra.

• Evite circular com crianças pequenas em ambientes de grande aglomeração de pessoas nas áreas afetadas pela doença.

• Mantenha a criança longe de pessoas gripadas em geral. Se a avó está espirrando e tossindo, é melhor não pegar o bebê no colo. Haverá muito tempo depois para aproveitar o netinho sem o risco de transmitir vírus.

• Se houver alguém com suspeita de gripe suína na sua família, mantenha-a em casa e siga as orientações médicas. Não mande uma criança com suspeita de gripe H1N1 para a escola.

• Não tussa ou espirre em suas mãos, porque elas podem ficar cobertas de vírus, que pode ser facilmente espalhado para outras pessoas. A recomendação é cobrir o nariz e a boca com papel higiênico ou lenço de papel ao espirrar ou tossir e depois jogá-los fora. Se não tiver um papel descartável à mão, cubra sua boca com o braço e espirre na manga. Muitos especialistas até acham esse método melhor que o papel, porque só de segurá-lo pode haver contaminação das mãos.

Como vou saber se é gripe comum ou gripe H1N1?

Na verdade, não faz muita diferença saber. Os sintomas são os mesmos de qualquer gripe, mas os principais são:

• febre repentina de mais de 37,5 graus e tosse
• pode haver também cansaço, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares e nas articulações
• há casos com diarreia e dor abdominal

Se seu filho apresentar sintomas de gripe (febre, tosse), fale com o médico. Crianças de menos de 2 anos são consideradas grupo de risco e podem tomar remédios específicos para evitar complicações. Os medicamentos são mais eficazes se tomados nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.

Um amiguinho do meu filho teve a doença. O que faço?

Em primeiro lugar, procure se acalmar. Lembre-se que, assim como na gripe comum, a gripe suína normalmente se cura sozinha. Mantenha seu filho bem alimentado e bem hidratado, pois assim ele conseguirá combater melhor a doença se por acaso a pegar.

Fique de olho e, em caso de surgir febre, junto com tosse ou qualquer outro sintoma, procure atendimento médico (se possível telefone primeiro para o pediatra).

Caso seu filho tenha algum problema crônico de saúde, for imunodeprimido ou for especialmente sensível a infecções (o que pode acontecer com prematuros), avise o médico de que houve um caso próximo a ele, mesmo antes de surgirem os sintomas. Mantenha-o longe de aglomerações e capriche na amamentação, se ainda der o peito.

Qual é o tratamento? Como vou saber se é grave?

Os casos de gripe H1N1 estão sendo tratados na maioria em casa, não no hospital, a não ser que haja complicações respiratórias, doenças debilitantes ou quadros mais graves. Se seu filho estiver com suspeita de influenza A/H1N1, o médico vai pedir que você o mantenha em casa -- não o leve para a escola e não permita visitas, para evitar que outras pessoas peguem a gripe.

Quanto mais novo o bebê, maior é o nível de cuidados e atenção para que a doença não se complique. Procure deixar sua casa e o quarto bem ventilados, com janelas abertas para o ar circular.

Atenção aos sinais de alerta de complicações:

• criança ofegante, falta de ar
• falta de ânimo
• febre acima de 39 graus

Se você estiver em dúvida, procure um médico para mais informações. Mulheres grávidas com suspeita de H1N1 devem procurar assistência médica, porque o tratamento é mais específico.

E se a mãe estiver com gripe H1N1, pode amamentar o bebê?

Sim, a mulher deve continuar amamentando o bebê, porque o leite materno ajudará a criança a combater o vírus. Ela pode usar uma máscara enquanto dá o peito, dependendo da orientação médica. Os medicamentos antivirais eventualmente usados no tratamento parecem ser seguros para o bebê, mas é melhor perguntar para o médico que está cuidando do caso.

Caso a criança esteja com a gripe H1N1, a amamentação é positiva, porque o leite materno a mantém hidratada e é mais fácil de digerir. Além disso, mesmo que a mãe não esteja doente, pode ter desenvolvido anticorpos contra o vírus, que vão ajudar a criança a combatê-lo.

Por quanto tempo a criança fica contagiosa se tiver a gripe?

A partir do surgimento dos sintomas, a pessoa fica contagiosa por até uma semana. Esse período pode ser maior no caso de crianças bem pequenas. Por isso o melhor é deixar seu filho "de molho" em casa até obter o sinal verde do médico.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cuidado: criança em férias é um perigo


Algumas crianças mais arteiras costumam carregar a vida toda, na forma de cicatrizes, as lembranças das férias. Nos meses do verão, quando os pequenos estão longe da escola, a incidência de acidentes envolvendo crianças cresce – e bastante. De acordo com Marcelo Ribas, cirurgião pediátrico do Hospital Cajuru, o número de atendimentos no pronto socorro infantil sobe 20 % nesta época do ano.
O principal vilão são as quedas, que representam 70% das ocorrências. Em seguida vêm as queimaduras e intoxicações. A incidência dos acidentes varia de acordo com o tempo e com o dia da semana. Quanto mais propício à brincadeira livre, maior a tendência de os machucados aparecerem. “Nos fins de semana e quando o tempo está bom os acidentes são mais freqüentes”, diz Ribas.
Levantamento do Ministério da Saúde, feito em 2004, mostra que os acidentes responderam por mais de 213 mil internações de crianças e jovens de até 19 anos no Brasil. Só em Curitiba, das 154 mortes decorrentes de acidentes registradas entre crianças de 0 a 14 anos em 2003 (dados mais recentes), 43 foram por obstrução das vias aéreas, 34 por acidentes de automóveis e 25 por afogamento.
Cuidados
O papel dos pais para evitar ferimentos nas crianças é fundamental. Não importa o tipo do acidente, mas 90% deles poderiam ser evitados se alguns cuidados básicos fossem tomados. “Na maioria dos casos, apenas um minuto de descuido por parte dos pais já é suficiente para que a criança se machuque”, diz a coordenadora regional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia. “Pais não tiram férias dos filhos, a supervisão e os cuidados devem ser em período integral”.
A maioria (80%) dos acidentes ocorre dentro de casa, por isso algumas adaptações na mobília e na estrutura são necessárias. “Muitos pais pensam que a criança deve se adaptar à casa, mas é o contrário. Mudanças como a instalação de grades nas janelas e portões na beira das escadas ajudam a evitar machucados”, afirma a presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Paranaense de Pediatria, Luci Pfeiffer.
Fases
Segundo Luci, a natureza do acidente também varia com a idade da criança. No caso dos bebês, são comuns as queimaduras causadas pela água do banho quente demais ou ferimentos decorrentes de queda da cama.
Já quando a criança chega a um ano, passa a levar qualquer objeto à boca. É nessa fase que o risco de ingestão ou asfixia de pequenos objetos é maior. Por isso, a recomendação é que ao comprar brinquedos, os pais observem a faixa etária indicada na embalagem e se o produto tem certificado de qualidade.
Por volta dos dois anos, a criança começa a subir em cadeiras, sofás e armários. “Nessa idade ela não tem noção de altura, não tem medo e, portanto, se aventura mesmo, diz Luci”.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, Edílson Forlin, a maioria dos traumas ocorre nos membros superiores. “Na queda, a criança vai se apoiar e acaba fraturando o punho, o braço, ou a clavícula”. Foi o caso de Giovana Godoi, 8 anos. Quando ela tinha 4, estava brincando na sala de casa, resolveu subir no safá e caiu. Bateu num vaso grande e quebrou a clavícula. A garota teve de ficar com um colete de gesso por quase 1 mês.”O gesso ainda deu alegia nela. Demorou mais de um ano para o osso voltar ao normal”, conta a mãe Carolina. Forlin explica que, apesar de a criança ter uma recuperação mais rápida que a de um adulto, o risco de um posicionamento inadequado do osso depois da fratura também é maior por causa da presença da cartilagem de crescimento.
As escadas, janelas e sacadas, são um perigo, mas o lugar menos adequado às crianças continua sendo a cozinha. É lá que ocorre metade dos ferimentos em crianças. Queimaduras com gordura e líquidos quentes e cortes são comuns. Camila Teixeira da Silva, 10 anos, teve este tripo de problema nas férias de julho deste ano. Ela ficou sozinha em casa durante a tarde e resolveu fazer um chá. Esquentou água e quando foi pegar o açúcar bateu na xícara, derrubando o líquido quente na barriga. “Ela teve queimaduras de segundo e terceiro graus, ficou 4 dias internada e talvez tenha ainda que fazer uma cirurgia de reconstrução”, conta a mãe, Rosangela Teixeira da Silva.
É também na faixa dos 2 aos 4 anos de idade que ocorrem a maior parte das intoxicações causadas por medicamentos ou produtos de limpeza. Geralmente com embalagens coloridas e cheiros agradáveis, esses produtos despertam a curiosidade dos pequenos e muitas vezes podem ocasionar sérios danos à saúde.
Crianças com ais de 10 anos já se envolvem em brincadeiras mais perigosas como subir em árvores, escalar muros, brincar em Lages. Os meninos são os que mais se machucam.
Onde mora o perigo
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 80% a 90% dos acidentes com crianças acontecem dentro de casa. A maioria deles poderia ser evitada se alguns cuidados básicos fossem tomados.
Piscina, Jardim e Playground
  • Lajes: nunca deixe que seus filhos brinquem na laje da casa. As quedas são sempre fatais.
  • Playgrounds: verifique se os equipamentos são apropriados para a idade de seu filho e fique atento aos perigos, como ferrugem, superfícies instáveis ou quebradas.
  • Pipa: ensine seu filho a empinar pipa só em lugares abertos e longe de fios elétricos.
  • Bicicleta: proteja seu filho com capacete apropriado, quando estiver sobre rodas.
  • Piscina: as crianças devem sempre ser supervisionadas por um adulto. Instale cercas de isolamento em todos os lados da piscina, com no mínimo 1,5 metro de altura, e portões com travas. No caso, de piscina infantil, esvazie-a imediatamente após o uso. Ela deve ser guardada virada para baixo e fora do alcance das crianças.
Banheiro
  • Para evitar queimaduras, teste a temperatura da água antes do banho.
  • Tranque o armário de medicamentos, vitaminas, anti-sépticos bucais e demais produtos que ofereçam perigo de intoxicação.
  • Guarde utensílios afiados e aparelhos como lâminas de barbear, tesouras e secadores de cabelo fora do alcance das crianças.
  • Mantenha o vaso sanitário fechado
  • Um simples descuido pode causar morte por afogamento. Por isso, supervisione sempre a criança durante o banho.
No Carro
  • Nunca deixe seu filho sozinho dentro do carro.
  • Instale uma cadeirinha para transportar a criança no banco traseiro. Crianças com menos de 12 meses e com peso abaixo de 9 kg devem ser transportadas de costas para o movimento do veículo.
  • Os cintos de segurança são desenhados para proteger os adultos ou crianças com mais de 1,45 m. Crianças menores que isso devem usar cadeirinhas ou suportes.
Sala
  • Instale grades ou redes de segurança em janelas e sacadas.
  • Mantenha vedadas as tomadas que não não estão em uso e proteja fios desencapados.
  • Mantenha em local alto e trancado as armas de fogo. A munição deve ser trancada em local separado.
  • Cuidado com móveis que tenham quinas afiadas. Mantenha-os longe de janelas e cortinas.
Quarto
  • Ao escolher brinquedos, sempre considere a idade, a habilidade da criança e busque sempre o selo do Inmetro. Evite brinquedos com pontas afiadas como flechas e os que produzem sons altos.
  • Berço: sufocações podem ser causadas por brinquedos, travesseiros e lençóis dentro do berço. As grades do berço devem ter no máximo 5 centímetros entre elas.
Cozinha
  • Mantenha fora do alcance das crianças fósforo, álcool, facas, objetos cortantes, produtos de limpeza e sacos plásticos.
  • Deixe baldes e bacias viradas para baixo. As caixas d`água devem ser fechadas.
  • Use as bocas de trás do fogão e vire o cabo das panelas para o centro.
  • Plantas tóxicas: remova plantas venenosas ou deixe-as inacessíveis para as crianças.